Dia Internacional da Mulher: ainda há espaço para mais pluralidade na gastronomia goiana

Mosaico dia internacional da mulher gastronomia goiânia

Ao publicar nos stories do Mais Cinco na última manhã de 8 de março, abrindo o espaço aos leitores para que homenageassem as mulheres que fazem a diferença na gastronomia, eu não imaginava o resultado que aquela ação teria.

Foram centenas de respostas.  Foram homenageadas mulheres da “velha guarda” e da “jovem guarda”. Da gastronomia de autor e do fogão à lenha.

E se engana quem pensa que o papel da mulher na gastronomia está só na condução das panelas. Elas ocupam os mais variados espaços: da contabilidade ao marketing, compartilhando conhecimento em seus cursos e idealizando novos negócios.

A homenagem pelo Dia Internacional das Mulheres mostrou o que já era muito claro para mim – que, como em tantas áreas, as mulheres são a força motriz da gastronomia – mas também jogou luz a um aspecto que, antes, me passava desapercebido. E, para mim, o motivo dessa desatenção é o fato de que eu mesma estou inserida nesse contexto.

Ao olharmos individualmente as fotos publicadas ali nos stories, talvez você não repare. Mas, ao colocar aquelas imagens lado a lado elas revelam um panorama: o da falta de diversidade.

Mosaico dia internacional da mulher gastronomia goiânia
Dia Internacional da Mulher: mulheres de destaque na gastronomia goiana | Foto: Montagem/Arquivo pessoal

Segundo dados do IBGE, 54% da população brasileira é negra. Mas onde estão nos restaurantes goianos as mulheres negras que pouco apareceram na imagem acima? E as asiáticas, as indígenas, as trans, e tantas outras ausentes ou com representação desproporcional nos nossos stories? E, se elas estão inseridas no negócio, por que não foram lembradas nas homenagens? Seria um reflexo da posição que ocupam, muitas vezes em funções como limpeza, tão essenciais e ao mesmo tempo tão desprezadas?

Faltam oportunidades ou reconhecimento? Ou ambos?

É por isso que, neste momento, eu reconheço seus feitos e reforço a admiração, mas também conclamo as mulheres que foram aqui homenageadas no 8 de março para que nos outros 364 dias do ano façam uso da (ex)posição e da força pela qual foram lembradas para ampliar o nosso espaço. Que possamos dar as mãos às nossas irmãs e colocá-las em posição de igualdade para que, no ano que vem, essa homenagem possa ser ainda maior e mais plural.

Vocês estão comigo nessa?

*Este é um artigo de opinião da editora do Mais Cinco, a jornalista Luísa Gomes. As opiniões aqui expressas são as da autora e não refletem o posicionamento do veículo Mais Cinco. 

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