Conhecendo o Chez Monino, novo restaurante do chef Ian Baiocchi

Porco do restaurante Chez Monino em Goiânia | Foto: Luísa Gomes

Nova casa do chef Ian Baiocchi, Chez Monino é o restaurante que a gente precisava e não sabia. Depois de já ter lançado novas marcas neste ano (o francês Grá e seu anexo Grá Rooftop), a inesperada abertura da quarta casa com o selo Baiocchi é uma grata surpresa que tem justamente o quesito surpreender como seu maior mérito.

Ao contrário dos demais restaurantes, de comida contemporânea, italiana e francesa, o Chez Monino não levanta bandeira de nenhuma gastronomia específica. A ideia é explorar a criatividade do chef com descontração e um quê de intimismo, característica presente inclusive na arquitetura da casa, mais uma vez assinada por Leo Romano.

O menu não é fixo e semanalmente o cliente poderá se surpreender com um cardápio inédito. Além dos pratos à la carte, há opção de menu degustação (R$180 por pessoa com oito pratos em porções reduzidas, dentre entradas, principais e sobremesa).

Para quem deseja conhecer a casa, vale o aviso: reclamações frequentes (sobretudo da ala masculina) acerca do tamanho das porções já motivaram ajustes nos outros restaurantes do grupo, mas desta vez, Ian pretende ser firme em proposta que defende há tempos: a intenção é que, com porções menores, o cliente possa experimentar uma variação maior de pratos. Pensando nisso, os preços do Chez Monino são menores quando comparados aos das outras casas, mas, ainda assim, não podem ser considerados acessíveis.

Experimentando o menu degustação do Chez Monino

Começamos a degustação com os fermentados da casa, entrada em que o chef se mostra antenado com tendências orientais harmonizando a bebida probiótica kombucha com o pão da casa, manteiga de kefir e o tutano com kimchi. Experiência interessante para iniciar a refeição, com pão quentinho, manteiga com textura daquelas que não se acha para comprar no supermercado e sabores surpreendentes no tutano e na kombucha. Seguimos com bolinho de arroz coberto por tartar de atum que derrete na boca e com leve picância.

Em seguida veio a polenta com leitão, buttermilk, semente de coentro e grana padano. Além de visualmente lindo, um daqueles comfort foods que mais parece um abraço de vó. Mandando a sofisticações às favas e torcendo para que ninguém percebesse, confesso que raspei o prato.

Encerramos as entradas com a asinha recheada com vieiras acompanhada de sriracha, molho apimentado tailandês. Aqui, mais uma vez, Ian leva o cliente a perder o medo da culinária asiática com um prato bem equilibrado, sem extremismos. Para os já iniciados, fez falta um sabor picante mais acentuado.

Na categoria “pratos principais” fomos de costela de boi e barriga de porco. O primeiro se destacou pelo ponto perfeito da carne e pelas texturas dos acompanhamentos purê de grão de bico e crocante de avocado. Já o segundo, logo que chegou à mesa, trouxe aroma daqueles que fazem salivar. Destaque para o ponto da carne e para o empratamento, que permitia ir descobrindo o prato em camadas. Detalhes que justificam o diferencial ($) da experiência.

As duas carnes, entretanto, estavam bastante salgadas, uma opinião já manifestada ao chef, que, por sua vez, destacou a intenção de que os pratos sejam mesmo bem condimentados. Não prejudicou a experiência, mas pode ser um fator negativo para quem não está acostumado a alimentos mais salgados.

Chez Monino tem compromisso com a criatividade

Finalizamos a refeição experimentando as sobremesas da casa: monocromático de baunilha, com variação de texturas que aguçam o paladar, o brigadeiro de capim santo com sorbet de abacaxi, excelente opção para refrescar dias quentes, e a favorita: rabanada de cenoura com sorbet de chocolate ao leite.

Além do flerte com a culinária asiática, Ian apresentou um cardápio com fortes referências a uma culinária que remota às tradições goianas de uma forma nada óbvia. É o caso, por exemplo, das combinações do porco com milho, do porco com a polenta, e da rabanada, cuja textura e temperatura lembravam as de um mané pelado bem cremoso recém saído do forno.

Porém, com um cardápio novo a cada semana, vale ressaltar que as opiniões sobre cada prato refletem uma experiência que não deve se repetir, já que a essência do restaurante está na experimentação. Depois de ganhar a confiança do público provando a qualidade de sua gastronomia nas interpretações de culinárias clássicas, com o Chez Monino o chef dá um passo além e propõe aos goianienses que se deixem serem surpreendidos.

Chez Monino

  • Ed. Metropolitan Mall, Av. Dep. Jamel Cecílio, 2690 – Jardim Goiás
  • Almoço: segunda a sexta-feira: das 11h30 às 15h, e aos sábados entre 12h e 16h.
  • Jantar:  segunda a quinta-feira, entre 19h30 e 23h30, e, às sextas-feiras e sábados entre 19h30 e 00h30.
  • Reservas: (62) 3609-6200.

*Este é um artigo de opinião. As opiniões aqui expressas são as da autora e não refletem o posicionamento do veículo Mais Cinco. A refeição foi uma cortesia do estabelecimento.

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