Conheça 5 profissionais que atuam como personal chef em Goiânia

Na pandemia de Covid-19 foi possível perceber o aumento do serviço de personal chef. Hoje o atendimento domiciliar está em expansão na capital goiana. Nele, um especialista em gastronomia se desloca a casa do cliente e prepara um cardápio com pratos de acordo com os gostos do grupo seleto que será servido.

Para saber mais sobre o assunto, o Mais Cinco conversou com cinco chefs que oferecem o serviço personalizado. Confira!

O chef Álvaro, natural de Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, começou na gastronomia devido ao desejo de querer aprender a cozinhar. Após uma temporada na Suíça, o chef voltou ao Brasil e escolheu Goiânia para ser o novo lar, onde já mora há mais de sete anos.

Recentemente, o chef participou do reality Mestre do Sabor. “Eu gostei da dinâmica, de ver por trás das câmeras como funciona. Gostei do fato de que o programa realmente julga o sabor”, conta sobre a experiência, que segundo ele trouxe credibilidade ao trabalho.

O chef participou do reality Mestre do Sabor. | Foto: Arquivo Pessoal / Álvaro Gasparetto.

O chef Álvaro conta que o serviço de personal chef é algo feito individualmente. “Esse é o grande diferencial, é conhecer as pessoas pelo nome, é ir à mesa, é falar dos pratos, explicar, tirar as dúvidas, eu acho que isso é o mais legal”, ressalta ele. Para ele, quanto mais pessoas oferecerem o serviço, mais o mercado vai crescer em Goiânia e em outras cidades.

“É um mercado que vai continuar crescendo, até pela questão do lockdown na pandemia, eu acho que deu uma turbinada nesse segmento, as pessoas querem ficar em casa. Sair de casa e ter todo esse contexto de estar fora, de ser visto, tem gente que gosta muito disso, mas tem pessoas que querem ficar em casa e aproveitar isso, é mais tranquilo”, exemplifica o chef.

A chef, que aprendeu a cozinhar por vocação, teve o amor pela cozinha cultivado pelo pai que, de acordo com ela, cozinhava uma comida muito gostosa. “Eu comecei na gastronomia há cerca de quinze anos. Eu cheguei a trabalhar em Paris em uma cafeteria portuguesa”, conta Cinara sobre o começo da profissão.

Dona do antigo restaurante Algarve, no setor Marista, a chef contou ao Mais Cinco que  já passou por altos e baixos, revelando a instabilidade do empreendimento. 

A chef trabalhou em uma cafeteria na Europa. | Foto: Arquivo Pessoal / Cinara Matteucci.

“Eu fechei o restaurante e quebrei de não ter cinquenta centavos no meu bolso pra colocar gasolina no meu carro” desabafa ela, que já trabalhou vendendo marmitas e com serviço de buffet. “Disso veio a experiência, a melhor coisa do mundo é você começar por baixo”, pontua.

Hoje, sócia das duas unidades do IL Caffé, ela também realiza o serviço de personal chef. “Eu faço evento a partir de um convidado. Se você falar assim, eu quero um jantar pra mim e pro meu marido, eu estou lá. Eu levo todo o meu material: taça, sousplat, jogo americano. Monto uma mesa linda, ponho arranjo de flores na mesa”, conta ela sobre o atendimento.

Cinara relata ainda que faz o serviço direcionado aos gostos do cliente. “O personal chef “cozinha afetiva” é você entender o que o cliente quer, qual é a proposta daquele dia, daquele momento especial que ele está fazendo na casa dele. Tentar fazer a coisa mais natural e ter mais atenção com o cliente, no que ele tá esperando de você”. 

A chef, que antes pensou em fazer Farmácia, viu na cozinha um caminho para a vida profissional. “Eu já cozinhava, gostava bastante de fazer para o pessoal de casa e também já vendia bolos mais saudáveis”, conta ela sobre seu início na gastronomia.

Iglê ressalta que na gastronomia há uma entrega ao trabalho assim como um respeito ao alimento e aos clientes. “Eu me entrego ali para aquele momento, desde montar um cardápio à finalização dos meus pratos. Pensando sobre meus processos para chegar até aqui, noto que o diferencial para o trabalho na cozinha, como um todo, é o respeito a quem e ao que está à sua volta”, explica. 

A chef começou vendendo bolos saudáveis. | Foto: Arquivo Pessoal / Iglê.

“Penso que o que é significativo nessa loucura que é ser cozinheira é você saber: em primeiro lugar, o que você gosta, querer e ter habilidade para fazer; em segundo, saber, de fato, escolher, entender e respeitar seus ingredientes; em terceiro, ser bom em escuta e observação em relação aos clientes. Isso para realmente conseguir se respeitar enquanto profissional e respeitar quem está te contratando”, completa a chef. 

Sobre a expansão do serviço de personal chef, ela destaca a pandemia de Covid-19 como propulsor do atendimento. “Acredito que essa foi uma alternativa para muitas pessoas que estão respeitando alguns protocolos e também para aquelas que já não gostavam de ir em restaurantes”, pontua.

A chef Iglê destaca ainda que cada vez mais as pessoas estão buscando produtos artesanais e “curadoriados”, como dito por ela. “As pessoas estão percebendo que é possível ter uma ótima experiência gastronômica numa pegada mais intimista e que tem muitos cozinheiros e cozinheiras bons e que não se aprisionam mais nas tais “cozinhas de restaurantes clássicos” e gourmetizados”.

A chef Patrícia é original da Cidade de Goiás e vem de uma família tradicional que cotidianamente se reunia em volta da comida. “Eu sou aquela clássica história de que nasceu dentro de uma cozinha”, brinca ela.

Ela conta que, quando tinha quinze anos, a mãe dela montou um buffet e ela ajudou na parte administrativa e logo em seguida na cozinha. “Ela trabalhava com o que antigamente era chamado de “banqueteira”, esse serviço mesmo que a gente faz hoje”, conta sobre a mãe que já era personal chef, antes de se ter essa nomeação. 

Patrícia, que quase seguiu o ramo da Psicologia, hoje trabalha também com consultoria, montagem e desenvolvimento de cardápio e processos dentro da cozinha, um serviço voltado para bares e restaurantes. Além do serviço de personal chef, ela atua, na gastronomia, em um buffet.

O buffet da mãe foi o primeiro local de trabalho da chef. | Foto: Arquivo Pessoal / Patrícia Garcia.

Como personal chef, ela busca trazer a cara do cliente para o cardápio a partir de uma construção conjunta. “O mais bacana dessa situação toda é poder construir com o cliente e trazer exclusividade e dinamismo para dentro da casa dele”, ressalta ela.

“Conseguir atender o cliente da forma mais única, exclusiva e específica e trazendo originalidade, afeto e carinho para o evento, parece que fica uma coisa mais próxima e íntima”, destaca ela ao falar da particularidade do atendimento.

Patrícia explica que é necessário despender afetividade e atenção, como personal chef, já que é um trabalho delicado em que o profissional acaba entrando na vida das pessoas. “É muito legal você ver a satisfação no rosto dos clientes e então por isso eu sempre falo que é de alma e coração que é entregue”, completa ela ao falar sobre a minuciosidade do serviço.

A chef Whitney, natural de Belo Horizonte, mora em Goiânia há mais de 10 anos. Formada em Gastronomia, a profissional também está se graduando em Nutrição e Gestão de Hospitalidade. Ela presta serviços na área de personal chef que incluem marmitas congeladas, jantares deliverys, mini eventos e café da manhã na caixa.

A profissional, que cozinha desde os 9 anos, conta que uma grande influência foi a mãe e outras antecedentes. “Crescendo neste meio fui percebendo que eu levava jeito e conseguia transmitir amor pela minha comida, assim como minhas familiares”. 

“Meu foco é uma culinária mais simples, entretanto bem feita, fazendo uma fusão de cozinhas diversificadas. Buscando sempre o sabor e aquele conforto na comida”, fala Whitney. 

A chef busca fazer uma fusão de cozinhas em seus pratos. | Foto: Arquivo Pessoal / Whitney.

A chef pontua que a exclusividade é um diferencial no atendimento do serviço de personal chef, além da qualidade do serviço ao cliente que contrata. “Fazer o cardápio, o serviço com base no que o cliente pode ou não consumir, ao invés de já passar algo copiado e colado, faz com que se torne específico esse trabalho”, completa. 

Ela ressalta que o serviço de personal de várias áreas está em crescimento principalmente depois dessa pandemia, e aponta duas vertentes expressivas na gastronomia. “Primeiro, o fato de fazer eventos para poucas pessoas, pegando o nicho que um buffet não atende, por exemplo. Segundo, as pessoas procuram cada vez mais o íntimo, comer de verdade, acompanhar o processo completo do que vai consumir”.

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