Bares e restaurantes de Goiânia fazem paralisação em aplicativos de delivery

Paralisação: restaurantes e bares de Goiânia fazem protesto

Bares e restaurantes de Goiânia afirmam que vão suspender as vendas e permanecer fechados nos aplicativos de delivery nesta terça-feira (9) e quarta-feira (10). A medida é uma forma de protesto contra as restrições do novo decreto divulgado pela prefeitura. O documento proibiu a modalidade de venda por take out. Nela, os clientes fazem o pedido e passam para buscar os produtos, sem consumo no local.

Segundo a Abrasel e o Sindibares Goiânia, vão participar da ação mais de 50 bares e restaurantes da capital. Eles afirmam em nota que a manifestação tem como objetivo “chamar atenção e mostrar para todos que é inviável os estabelecimentos se manterem somente por aplicativo de entregas”. “Pedimos também a liberação para reabertura, pelo menos no almoço seguindo todos os protocolos de segurança”, afirma o presidente do Sindibares Goiânia, Newton Pereira.

Em nota ao Mais Cinco, a Secretaria de Saúde de Goiânia afirmou que “estava havendo aglomeração na porta dos estabelecimentos e, por isso, a restrição e a opção pela modalidade delivery onde a pessoa recebe o pedido em casa”.

Conforme os órgãos representativos dos restaurantes, os empresários alegam que os aplicativos ajudam a aumentar a demanda dos estabelecimentos, mas o crescimento não significa lucro em razão das taxas cobras pelas plataformas. Questionados pelo Mais Cinco quanto à possibilidade de negociação das taxas com os as empresas dos aplicatios de delivery, a Abrasel e o Sindibares informaram que os restaurantes mantêm negociações constantes com as empresas responsáveis pelos aplicativos, mas ainda assim as taxas muitas vezes chegam a superar o custo de produção dos produtos.

Paralisação: restaurantes e bares de Goiânia fazem protesto
Paralisação: restaurantes e bares de Goiânia fazem protesto

Muitos custos e pouco apoio levam a paralisação de bares e restaurantes de Goiânia

O chef Ian Baiocchi, sócio de cinco restaurantes em Goiânia que devem participar da paralisação, cobra auxílio para que o setor possa superar o período de restrições. “Não temos nenhum auxílio do governo e nenhum respaldo para mais essa crise. E o que é pior é a má gestão pública que coloca na gente toda culpa de todo mal que a Covid está causando”, pontuou o chef.

Ainda conforme a Abrasel e o Sindibares, os ganhos com pedidos por delivery não cobrem os custos de salários, impostos, aluguel, água e energia. “Mesmo fechados, os empresários têm contas altíssimas para pagar mensalmente. Um levantamento feito pela Abrasel e Sindibares com seus associados em Goiânia aponta uma queda no faturamento de 80%”, afirmam.

Para o presidente da Abrasel em Goiás, Fernando Machado, a conta não fecha. “Empresários entendem o momento crítico em que vivemos em relação a pandemia, mas o setor está chegando muito perto de um colapso. Se bares e restaurantes continuarem fechados por mais tempo, muitas empresas vão ter que fechar as portas”, destaca Fernando Machado.

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